quarta-feira, 16 de março de 2016

F‘Estamos prontos para dançar qualquer música', diz líder após decisão do ST



F‘Estamos prontos para dançar qualquer música', diz líder após decisão do ST


Leticia Fernandes - O Globo
Tamanho do texto A A A
BRASÍLIA - Após a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitar os recursos apresentados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), questionando o rito do impeachment, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que o governo está preparado para "dançar qualquer música no Congresso" e que acredita que o processo "morto-vivo" será enterrado na hora certa.
— Estamos trabalhando firme e vamos enterrar na hora que for necessário esse morto-vivo aqui dentro. Estamos prontos para dançar qualquer música aqui no Congresso — disse, com ar confiante.
O líder afirmou que o governo está pronto para iniciar a formação da Comissão do Impeachment e a votação do processo na Casa e, assim, derrotar a oposição:
— O Supremo está fazendo aquilo que tinha que ser feito, é uma derrota da oposição, que vive quase todo dia indo para o Supremo pressionar, e ele (STF) fez aquilo que já estava definido desde dezembro. A comissão do impeachment não foi instalada porque a oposição não deixou, junto com o presidente da Casa, e portanto o Supremo hoje, mais uma vez, reafirmou aquilo que tínhamos dito aqui, é o Supremo agindo no mais absoluto rigor, tem rito e ninguém pode agir ao arrepio da lei. Estamos prontos para iniciar esse processo e derrotar os golpistas aqui dentro — afirmou Guimarães.
O petista criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que voltou atrás e resolveu abrir a sessão de votações na Casa, depois de dizer que isso só aconteceria após o término do julgamento do rito do impeachment pelo STF.
— O presidente (da Câmara) assumiu o compromisso na reunião de líderes que não teria votação hoje porque ia esperar a conclusão da votação do Supremo. O Supremo continua votando, será que porque a posição lhe foi contrária ele alterou a posição e mandou um deputado assumir a sessão para iniciar votação? O que está por trás disso? — questionou: — Queremos que as coisas funcionem dentro da legalidade, o Supremo ratificou a decisão e derrotou esse outro morto-vivo que eles criaram, que foram os embargos que encaminharam ao Supremo.
Com o prazo ainda aberto para que parlamentares mudem de partido - a chamada janela partidária -, há dúvidas entre líderes sobre se a Comissão do Impeachment deve manter a proporcionalidade de vagas para cada legenda estipulada em dezembro ou se, ao fim do prazo para o troca-troca, com a mudança no número de deputados por bancada, ela deve ser alterada. José Guimarães defende que seja mantido o número de vagas anteriormente estipuladas:
— Tem que prevalecer aquilo que já está configurado na composição anterior. Na hora que o presidente fizer a nova reunião, vamos discutir, mas o fundamental será mantido, as bancadas maiores terão a maior composição, acho que não vai mudar, está de bom tamanho, porque agora tem rito, não há mais manobras que possam mudar o rito — disse.
Guimarães afirmou ainda que o impeachment é um fantasma cada vez mais distante do governo com a entrada do ex-presidente Lula no núcleo do Palácio do Planalto, e criticou a oposição:
— (Antes do Lula) a articulação política estava muito boa, os problemas do Brasil era a oposição apostando no quanto pior melhor e isso gera especulação. Todo dia que tinha uma questão no governo o dólar caía e a bolsa subia, e diziam os que vivem especulando no mercado que isso acontecia porque estava mais próximo do impeachment. Hoje o dólar disparou, então significa que, para eles, mercado e oposição, cada vez mais o impeachment está se distanciando

Nenhum comentário:

Postar um comentário