Obra do estádio do Corinthians teve pagamento de propina, diz Lava Jato
Eduardo Knapp - 26.abr.2014/Folhapress | ||
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Vista interna do Itaquerão, em São Paulo |
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Palco da abertura da Copa do Mundo de 2014, a construção da arena Corinthians foi viabilizada com o pagamento de propina pela Odebrecht. A afirmação é do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.Segundo ele, os rastros de repasses ilegais apareceram em planilhas apreendidas que indicam o envolvimento da diretoria da Odebrecht que cuida da gestão do contrato com o Itaquerão. O procurador disse que ainda está em análise inicial a lista dos destinatários dos pagamentos.
Conforme o Ministério Público Federal, o diretor de contrato da Odebrecht Infraestrutura, Antônio Roberto Gavioli, responsável pela obra da Arena do Corinthians, figura em planilhas como responsável por solicitação de pagamentos em espécie de R$ 500 mil, em data não identificada, para pessoa identificada pelo codinome "Timão".
O vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, foi levado pela Polícia Federal em condução coercitiva autorizada pelo juiz Sergio Moro.
Nesta fase, disse o procurador, o único estádio que apareceu foi o do Corinthians. Segundo ele, há indicativos de pagamentos de propina em outros estádios da Copa, segundo "indicativos de delações que ainda estão em andamento".
26ª FASE
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a 26ª fase da Lava Jato. Denominada "Xepa", a etapa mira executivos da Odebrecht e doleiros e investiga uma suposta estrutura interna na empreiteira para pagamento de propinas em setores, inclusive relacionadas à Petrobras.
Essa estrutura, segundo o Ministério Público Federal, incluiria até uma área específica na empreiteira, chamado de "Setor de Operações Estruturadas", que operava as práticas ilegais.
Com base em planilhas e cruzamento de dados, investigadores da Lava Jato afirmam que a Odebrecht montou uma "estrutura profissional" de pagamentos sistemáticos de propina no Brasil e no exterior.
O "sistema estruturado" de corrupção, nas palavras do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, envolvia funcionários com divisão clara de atribuições, um sistema informatizado para controle da entrada e saída de milhões de reais e toda uma estrutura de contabilidade clandestina.
Segundo ele, os pagamentos se referiam a obras públicas do governo federal e de governos dos Estados. De acordo com os investigadores, a estrutura incluía até uma área específica na empreiteira, chamado de "Setor de Operações Estruturadas", que operava as práticas ilegais.
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